"Imprevisível. Quando menos se espera. Isso não me agrada. Deixa-me em pulgas por saber o que aí vem. Não me resigno a esta vaga sensação de incerteza. Preciso de saber o que vem até mim. Não quero cá dessas surpresas, dessas voltas dadas em sentido contrário. Contudo, tenho de dar os dois braços a torcer. Não controlo nada. Nada é decidido unicamente por mim. Sou sempre influído e conduzido por algo mais. O meu destino está traçado, embora sem definição para mim. Não me deixes assim, perdido e desiludido. Preciso de um caminho, de um rumo. Este desconhecimento prende-me. Alheia-me de viver, deixa-me a sobreviver. Diz-me que os meus sonhos se cumprirão e que não se escaparão num infeliz senão. Garante-me. Assegura-me. Dá-me advérbios de certeza. No meio de tanto devaneio, perco o meu meio. Não me entrego e de muito me encarrego. Sou isto. Mais projeção que concretização. Mais objetivo do que recetivo. Mal sei o que me espera. No entanto, desta fiz por isso. Sinto profundos dissabores na turbulência de muitos desamores. Um dia serei um bem casado com a minha experiência. Um dia, um dia. E resposta para a minha essência?"
(autor anónimo)
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